sexta-feira, 24 de junho de 2011

A HISTÓRIA DE JULIANO, A HISTÓRIA DOS CAMELÔS

A partir de hoje estaremos iniciando uma série de postagens que buscam retomar toda a história de enfrentamentos e mobilizações dos camelôs numa das principais capitais do sul do Brasil, Porto Alegre. Essa história será contada a partir da trajetória e da luta social, política e econômica de Juliano Fripp que foi e é presidente de uma das Associações de trabalhadores informais que sempre ocupou a frente desse processo de batalhas e lutas por melhores condições de trabalho. A luta de Juliano - e seus colegas - é a luta pelo respeito, pela cidadania, pela dignidade daqueles que sempre trabalharam nas ruas e nunca foram amparados pelo Estado; é a luta daqueles que se viram repentinamente confinados em bancas do tamanho de gaiolas de ferro num espaço que antedia muito mais aos interesses econômicos e financeiros de poucos - da empresa e de certos agentes do Estado - e menos aos camelôs de verdade.


Essa luta inicia há mais de vinte anos e é parte da trajetória do comércio informal de Porto Alegre. A biografia de Juliano Fripp será contada ao longo de semanas e meses e finalmente será reunida e coletada em um documentário - a ser lançado no seu devido tempo. O que nos interessa agora é mostrar como tudo isso surgiu e por que lutamos em nome de ideais que para muitos podem estar esquecidos, enterrados, mas que são a essência de uma democracia mais digna, justa e igualitária para todos.

O engajamento de Juliano e da ASFERAP na luta por um camelódromo digno e transparente inicia com maior vigor em 2008, depois de ficar claro que tipo de empreendimento o governo da época - o PMDB de Fogaça - estava tramando e como convenceu os camelôs através de mentiras e projetos enganosos, aproveitando-se dos sonhos e desejos daqueles que passaram a vida nas intempéries das ruas. O que se conseguiu na época foi não só atrasar a inaguração da obra para 2009 - que estava cheia de problemas de infra-estrutura decorrentes da incapacidade da empresa Verdi que não se sabe como venceu a licitação - mas sobretudo mostrar que uma classe de trabalhadores que estava acostumada a todo tipo de dificuldades e intempéries não se entregaria, facilmente, à máquina que estava se articulando naquele momento na parceria entre a prefeitura de Porto Alegre e a empresa de Erechim, famosa pelos seus presídios, Verdicon Construções.




Em breve, o que aconteceu após a inauguração do prédio.

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